Luísa de Marillac
nasceu no dia 12 de agosto de 1591, filha natural, de mãe desconhecida. E, por
conseguinte, sofreu as conseqüências disso: falta de um lar carinhoso, desprezo
dos parentes e, naturalmente muitos conflitos afetivos.
Era de constituição
frágil, de baixa estatura, magra, bonita, nariz afilado, olhos expressivos,
boca pequena. Dotada de grande capacidade intelectual e de vontade enérgica.
Era muito sensível e inclinada ao escrúpulo, à timidez, à insegurança,
minuciosa e perfeccionista, muito aberta às coisas de Deus e do próximo.
Sua infância e
adolescência foram machucadas por acontecimentos dolorosos que marcaram
profundamente, o seu ser.
Em tenra idade, seu
pai, Luís de Marillac, colocou-a no Convento de Poissy, onde recebeu uma
esmerada educação. Aí permaneceu enquanto ele viveu. Depois foi morar numa
pensão familiar. Ali, ela adquiriu conhecimentos para a vida prática como
cozinhar, costurar, bordar, senso de responsabilidade e organização enquanto
que sua permanência no Convento de Poissy proporcionou-lhe uma grande bagagem
de piedade, de ciência e de instrução, uma educação de elite.
Quis ser religiosa
Capuchinha, entre as Filhas da Cruz, mas não foi aceita, porque sua saúde não
suportaria os rigores da penitência que caracterizava a Ordem. Em particular,
fez o voto de consagrar-se à Deus, em penitência e oração.
Em 1613, casa-se com Antônio
Legras, matrimônio “combinado” como era costume na época. Desse casamento,
nasceu-lhe um filho que recebeu o nome de Miguel, em homenagem a seu tio. Luísa
foi fiel e dedicada ao esposo, sendo também mãe carinhosa, uma “super mãe”,
prejudicando assim a educação do filho.
Em 1621-1622, Antônio
Legras contraiu uma moléstia, que afetou até o seu comportamento. Luísa foi
boníssima para com ele. Entretanto, grandes escrúpulos e dúvidas invadem a sua
alma e ela chega a pensar ser vítima de castigos de Deus. Sente-se rejeitada
por todos, mesmo do próprio Deus. Densas trevas a envolvem e só no dia 4 de
junho de 1623, na Igreja de são Nicolau dos Campos, recebe a célebre “LUZ DE
PENTECOSTES” Liberta-se então de suas penas e incertezas e começa a descobrir
ainda que não muito claramente os planos divinos a seu respeito.
Em 1625 o marido veio a
falecer, na paz, depois de muita revolta e intranquilidade.
Quando Luísa encontra o Padre Vicente, ela tem 34 anos, é uma viúva angustiada, inquieta na busca da vontade de Deus, com uma vida de oração toda estruturada em exercícios, em devoções, em jejuns e disciplinas. O Padre Vicente descobre as marcas que a dureza da vida deixou nesta mulher super-sensível e sofrida. Acolhe seu sofrimento e com paciência começa a trabalhar sobre esta inquietude de Luísa, desdramatizando as coisas e jogando-a no amor de Deus que liberta. Recomenda-lhe muito a meditação da Palavra de Deus
Quando Luísa encontra o Padre Vicente, ela tem 34 anos, é uma viúva angustiada, inquieta na busca da vontade de Deus, com uma vida de oração toda estruturada em exercícios, em devoções, em jejuns e disciplinas. O Padre Vicente descobre as marcas que a dureza da vida deixou nesta mulher super-sensível e sofrida. Acolhe seu sofrimento e com paciência começa a trabalhar sobre esta inquietude de Luísa, desdramatizando as coisas e jogando-a no amor de Deus que liberta. Recomenda-lhe muito a meditação da Palavra de Deus
Descobre logo a rica
personalidade de Luísa e solidez de sua fé. Então, ele orienta sua inteligência
e seu coração para os pobres. Recorre com frequência à sua colaboração para
preparar roupas para os pobres, para visitá-los, solicita pequenos serviços nas
confrarias e ela vai recuperando pouco a pouco a confiança em si mesma.
Apreciando sua
disponibilidade, seu juízo reto e seguro, seu sentido de organização e intuição
feminina, o Padre Vicente faz dela sua principal colaboradora e confia-lhe a
animação das Confrarias da Caridade.
Chegando nas aldeias,
Luísa se informa das pessoas que pertencem à Confraria, reúne as senhoras da
Caridade e dirige-lhes a palavra. Observa como funciona a Confraria, o estado
financeiro das coisas, o papel decada um dos membros, informa-se sobre a vida
espiritual, visita pessoalmente os pobres, interessa-se pela instrução das (dos)
jovens. Terminada a visita, ela reúne as responsáveis, dá orientação segura e
envia ao Padre Vicente um relatório minucioso, com sua própria apreciação.
No trabalho das
Confrarias, o Padre Vicente intervém quando necessário, mas deixa toda a
liberdade de ação a sua colaboradora e recorre muitas vezes ao seu espírito de
organização.
Com o tempo, as
necessidades aumentam, as consequências da guerra se fazem sentir e Vicente e
Luísa se interrogam sobre o futuro do serviço dos pobres. Apresenta-se uma
camponesa: Margarida Naseau e com ela outras camponesas que seguem o seu
exemplo de dedicar a vida a serviço dos pobres
As jovens que se reúnem
ao redor de Luísa de Marillac em 29 de novembro de 1633, são camponesas rudes,
que não tem instrução nem mesmo elementar, a maioria não sabe ler. Luísa dá
formação espiritual às jovens ensina a ler, a escrever, a costurar, como cuidar
dos doentes, a fazer chás caseiros, como ensinar o catecismo. Juntas refletem e
enfrentam as dificuldades que aparecem nos serviços, os mais variados.
A experiência sofrida
de sua infância e a educação diversificada que recebera muito contribuiram para
a organização da Companhia das Filhas da Caridade, tanto na parte humana como
na espiritual. A maneira de viver, as virtudes, a vida fraterna e o serviço dos
pobres são frutos de sua experiência humana e fidelidade à graça de Deus.
Luísa, com a ajuda do
Padre Vicente, que soube ouví-la e compreendê-la, lutou contra os seus defeitos
e chegou a ser a fervorosa imitadora de Jesus Crucificado, desapegada de si
mesma, zelosa para com a Comunidade e o serviço dos pobres.
A morte de Luísa de Marillac deu-se em 15 de março de 1660. Suas últimas recomendações no leito de morte, ou seja o testamento espiritual que deixa para suas filhas é um legado de fidelidade a Deus, à Virgem Maria, à vida fraterna e aos pobres. Disse: “Tende muito cuidado com o serviço dos pobres, vivei juntas em grande cordialidade para imitar a união e a vida de Nosso Senhor e tende a Santíssima Virgem por vossa única Mãe.”
A morte de Luísa de Marillac deu-se em 15 de março de 1660. Suas últimas recomendações no leito de morte, ou seja o testamento espiritual que deixa para suas filhas é um legado de fidelidade a Deus, à Virgem Maria, à vida fraterna e aos pobres. Disse: “Tende muito cuidado com o serviço dos pobres, vivei juntas em grande cordialidade para imitar a união e a vida de Nosso Senhor e tende a Santíssima Virgem por vossa única Mãe.”
Seu testemunho de vida
simples, humilde, cheia de amor, tem muito a nos ensinar. Ela foi a primeira
voluntária da Caridade. Quando no momento atual, a Igreja pede a todos nós, uma
opção preferencial pelos pobres, Luísa, essa mulher dinâmica e corajosa, já
antecipou os tempos, fazendo uma opção não somente preferencial, mas radical
pelos pobres. Em qualquer pessoa que sofresse, ela sabia contemplar Jesus
Cristo crucificado e para resgatar a imagem e semelhança de Deus presentes nos
marginalizados, ela dedicou o melhor de si, colocou em ação as suas
potencialidades femininas agilizando os meios de que dispunha para transformar
a realidade de pobreza de seu tempo. Ela nos ensina, sobretudo, a buscar sempre
a realização do projeto de Deus sobre nós, com humildade, criatividade e
abertura de coração.
Foi canonizada em 1934 e proclamada pelo Papa João XXIII, a Patrona das Obras Sociais.
Foi canonizada em 1934 e proclamada pelo Papa João XXIII, a Patrona das Obras Sociais.
Os traços principais do
rosto de Luísa de Marillac e sua evolução espiritual.
– Vivacidade.
– Humildade.
– Tenacidade
– Cordialidade.
– Vivacidade.
– Humildade.
– Tenacidade
– Cordialidade.
São Vicente descobriu a
miséria material e espiritual de sua época e consagrou sua vida ao serviço e à
evangelização dos pobres. Para isso fundou as Confrarias da Caridade ( Senhoras
da Caridade, hoje, Voluntárias da Caridade) e os Padres da Missão. Nesta
ocasião encontrou-se com Luiza de Marillac e associou-a a sua atividade com os
pobres. As senhoras da Caridade, impedidas por seus maridos, deixaram de
assistir pessoalmente os pobres, mandando suas criadas. Uma jovem camponesa,
Margarida Naseau, apresentou-se ao Padre Vicente para dedicar-se aos mais
humildes trabalhos que as senhoras das confrarias não assumiam junto aos
pobres. Com grande amor evangélico, fez-se a serva dos mais abandonados. Seu
exemplo foi comunicativo, pois logo outras jovens a seguiram. Vicente as confia
à Luiza de Marillac para instruí-Ias.
A 29 de Novembro de 1633 as (4) quatro
primeiras Irmãs se reúnem com Luiza para viver um mesmo ideal, em comunidade
fraterna. Seis meses depois já são (12) doze. Foi uma novidade na época, pois
até então só havia vida consagrada em clausura. E agora elas vivem no meio do
povo, indo à casa dos pobres para atender os doentes. Depois, à medida das
necessidades, ocuparam-se dos doentes nos hospitais, da instrução das jovens,
das crianças abandonadas, dos galés, dos soldados feridos, dos refugiados, das
pessoas idosas, dos dementes e outros…
Alguns anos mais tarde,
convictos de que a Caridade de Cristo que deve impulsionar a Companhia não
conhece fronteiras, os Fundadores enviaram à Polônia um primeiro grupo de
Irmãs.
A 18 de janeiro
de 1655, a Companhia foi aprovada
pelo Cardeal de Retz, Arcebispo de Paris, e, a 8 de junho de 1668,
recebeu a aprovação pontificia do Papa Clemente IX.
FONTE – BIOGRAFIA DOS SANTOS
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